Moléculas da Emoção – A Ciência por trás da Mente

Na década de 70 uma cientista americana que estava fazendo seu doutorado teve um acidente e caiu do cavalo, ela gostava de andar a cavalo, e teve que passar por uma hospitalização onde teve que tomar morfina para poder aliviar suas dores. E quando ela tomava morfina, ela sentia uma grande alegria e alívio da dor, sentia uma alegria muito grande e aquilo durava por algum tempo. E ela ficou impressionada. E naquela época os EUA estavam em guerra com o Vietnã, muita droga, ópio, heroína, rolava naquela época e o governo Americano financiava pesquisas que pudessem atuar para inibir a utilização e disseminação das drogas.

Ela então começou a fazer uma pesquisa para ver se conseguia identificar e bloquear o receptor opiáceo da célula, ou seja, o que fazia com que a célula conectasse ao ópio e fizesse com que a pessoa que a ingerisse tivesse aquele efeito de alegria, euforia e outros mais. E o objetivo principal era inibir esse receptor opiáceo para fazer com que as pessoas não virassem viciados.

E ela começou sua pesquisa e foi assim que ela acabou descobrindo o que ela chamou de moléculas da emoção, que são os neuropeptídios. Ou neuropeptídios são substâncias secretadas no nosso cérebro, e essas substâncias tem uma informação que é exatamente igual àquela emoção que você está vivendo naquele momento. Quando você está alegre, você vai gerar neuropeptídios que carregam informação da alegria, quando você está triste você vai gerar neuropeptídios que carregam a informação da tristeza, interessante, não? E aí, o que acontece? Ele vai ser gerado pelo cérebro, carregado pelo sangue para todo o nosso corpo, e cada célula vai receber aquela informação do neuropeptídio, de alegria, de tristeza, de raiva, de rancor, enfim, daquilo que você estiver sentindo, e, naturalmente, quando ele se conecta na célula ele vai levar uma mensagem para a célula: fique alegre, fique triste, fique com raiva, e cada mensagem que a célula recebe, ela vai agir de acordo com aquela mensagem. Agora você consegue visualizar o que pode acontecer com tudo isso.

Como dissemos as células recebem a informação do neuropeptídio. O neuropeptídio se conecta a um dos conectores que existem na célula e cada célula tem milhares de receptores, e esses conectores/receptores são como se fossem chave e fechadura e quando você vem com a chave correta abre aquela porta, e por aquela porta as informações entram. E essas informações vão fazer com que as células se comportem de uma forma diferente. Quando a gente tem um neuropeptídio que traz informação, por exemplo, da alegria, ela recebe a informação para que fique alegre, fique feliz, se reproduza, se alimente, elimine toxinas e tenha uma vida saudável, por exemplo. Quando você tem uma situação de stress, de tristeza, de raiva, o que você está dizendo para a célula? Se proteja, fique sem eliminar toxinas, se feche, não é? Não se reproduza porque você vai ter que ficar em uma condição de proteção. E o que isso acarreta, pessoal? Quando a gente tem uma situação eventual, e por isso todos nós passamos, isso faz parte da vida, faz parte das nossas emoções cotidianas, não é? A gente passa por essas situações, mas o certo é que isso vá e volte, tenha uma flutuação. Mas quando a gente fica numa situação constante de Stress, o que você está dizendo para seu corpo? E outra, não é só uma célula, é todo seu corpo, o seu corpo reflete o que vai na sua mente, todo seu corpo. E se você tem uma situação rotineira, cotidiana, de stress, de tristeza, de raiva, você termina dizendo a todo o seu corpo que fique naquela condição que não é a normal.

Ou seja, a reprodução das células, a alimentação, eliminação de toxinas fica toda prejudicada, consequentemente, ao longo do tempo, a gente vai desenvolver doenças, vai desenvolver problemas de saúde que vão trazer consequências danosas para nós. Isso é só uma ideia de como nosso cérebro funciona, como a nossa mente atua no nosso corpo e para que vocês entendam que o nosso corpo reflete o nosso inconsciente, o que vai dentro de nossa mente, mesmo que a gente não perceba ou não tenha consciência.